sábado, dezembro 02, 2006

 

Conquistas dos alunos





Atleta Ana Paula de Azevedo Marques treinada pelo professor
Alexandre chegou na 4ª colocação na Volta USP 2006, onde a mesma recebeu
um premio de R$ 50,00 reais. Parabéns Ana Paula.



O corredor Carlos dos Santos, também treinado pelo professor, fez em
tempo de 45 minutos, muito bom para um percurso muito difícil. Parabéns
Carlos.

segunda-feira, setembro 11, 2006

 

Treinamento dos alunos



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vê um pouco e para, dai mais um pouquinho e para, ...


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sexta-feira, agosto 18, 2006

 

Identificação do limiar de lactato nos exercícios resistidos: rosca bíceps e mesa flexora

1. Introdução

O limiar anaeróbio (LA), isto é, a transição do exercício aeróbio para o anaeróbio, tem sido bem estudado em exercícios dinâmicos como pedalar e correr, porém pouco se conhece sobre esse fenômeno no Exercício Resistido (ER). Desta forma, o presente estudo teve como objetivo estudar o Limiar de Lactato (LL) em ER nos exercícios de Rosca Bíceps (RB) e Mesa Flexora (MF).

De acordo com os conceitos mais atuais, o exercício resistido, que geralmente é realizado com pesos, embora possamos impor outras formas de resistência ao músculo esquelético (AGOSTINI, 2000; CONLEY 2001), é considerado adequado para indivíduos saudáveis ou portadores de doenças crônicas (POLITO E FARINATTI 2003), por apresentarem baixo risco, quando bem orientado, e aumentarem as capacidades funcionais (ABERNETHY ET AL., 1995; POLLOCK ET AL., 1998; EVANS, 1999; FOLDVARI ET AL., 2000; FRIEDRICH, 2001), estimulando a força e a resistência muscular, a flexibilidade, e a capacidade de aceleração. Estas qualidades o tornam imprescindível na prescrição do treinamento para as mais distintas populações (POLLOCK ET AL. 1998; EVANS, 1999)

A melhoria dessas valências físicas contribui para evitar a incapacidade física de sedentários e idosos, minimizando assim o risco do aparecimento de doenças crônicas, tão bem, ou melhor, do que outros tipos de atividade física, portanto não se tratando de uma modalidade esportiva, mas de uma forma de preparação física, utilizada por atletas em geral, e também em terapêutica, reabilitação, estímulo à saúde, estética e lazer (SANTARÉM, 1999).

A resistência do exercício geralmente é determinada através de um percentual da carga máxima em uma única repetição (1-RM), ou estipulada por número de repetições máximas (POLITO, 2003; American College, 2002)

Em um estudo realizado com vinte e oito homens idosos que foram submetidos a um protocolo de treinamento com pesos de alta intensidade durante dezesseis semanas, foi encontrado aumento significativo na capacidade cardiorrespiratória, quando analisado pré e pós-treinamento, e com grupo controle em protocolo de esteira, a melhora se deu tanto para valores relativos como absolutos de VO2máx. (HAGERMAN et al., 2000).

MARCINIK et.al. (1991), realizaram um treinamento com pesos durante doze semanas, e chegaram à conclusão de que o treinamento com pesos melhorou a performance em atividade de endurance, independentemente do aumento do VO2máx. Este aumento parece estar relacionado ao aumento de força da perna e aumento da velocidade no limiar anaeróbio.

Tais aumentos podem ser atribuídos a alguns fatores como, aumentos nos níveis do limiar anaeróbio (SANTARÉM, 1999), a conversão das fibras do tipo IIb para IIa e aumento da capilarização, o que resultaria numa melhor capacidade do músculo utilizar o oxigênio (HAGERMAN et al., 2000; GREEN et al., 1998). Destas hipóteses acima, conclui-se que quanto maior for a capacidade muscular de gerar força, menor será o trabalho para a realização da mesma tarefa, portanto diminuindo o percentual da força empregada para valores abaixo de 40% da força contrátil, assim diminuindo a oclusão dos capilares e desta maneira mantendo um aporte adequado de oxigênio, facilitando o metabolismo aeróbio (SANTARÉM, 1999; HAGERMAN et al., 2000).

Assim como as demais atividades físicas, os exercícios resistidos também apresentam respostas e ajustes fisiológicos agudos e crônicos.

Em alguns estudos que monitoraram a pressão arterial diastolica (PAD) e sistólica (PAS) após exercício resistido, foi observada uma redução da PAD principalmente após treinamento menos intenso, mas por um período relativamente curto. Sessões mais intensas parecem promover um período maior de redução da PAS (FOCHT, 1999; POLITO, 2003b).

Parâmetros de medidas que possibilitem prolongar esforços tais como limiar de lactato, ventilatório ou de freqüência cardíaca, parecem ter maior relação com a qualidade de vida do que valores elevados de potência aeróbia, fundamental à performance esportiva, porém superfula para o trabalho físico comum (SANTARÉM, 1999).

Nos dias atuais o limiar anaeróbio (AT) ou limiar de lactato (LL), vem se tornando uma das ferramentas mais úteis para a determinação da condição física e a prescrição segura dos exercícios físicos, permitindo uma boa avaliação do estado de resistência momentânea (WEINECK, 1999), sejam eles de caráter contínuos (caminhada, corrida, natação), ou intermitentes, como é o caso dos ER.

Por este fato, o presente estudo teve como propósito investigar a existência do Limiar de Lactato nos exercícios resistidos.


2. Objetivo

  1. Verificar a existência do Limiar de Lactato em exercício resistido crescente, em termos percentuais e absolutos de 1-R.M..


3. Métodos

Participaram deste estudo 6 indivíduos do sexo masculino com 25,5 + 5,7 anos de idade e, 84,8 + 13,9 kg de peso corporal. Todos os indivíduos eram treinados em exercício resistido a mais de 2 anos. Antes da realização dos testes todos os indivíduos assinaram um termo de consentimento. A coleta constou das seguintes etapas: a) medidas do peso corporal; b) Teste de Uma Repetição Máxima (1-R.M.) (Guimarães Neto, 1997) objetivando obter a carga máxima nos exercícios de rosca bíceps e mesa flexora

Foram adotados os seguintes procedimentos no teste de carga máxima:

  1. Realização de um aquecimento músculo-articular específico ao movimento a ser testado, observando a técnica correta de execução, já que variações na execução do movimento levam a ativação de outros músculos.

  2. Aplicação de uma carga supostamente próxima à capacidade máxima do individuo, o qual deveria realizar uma repetição completa do exercício, e não deveria executar a segunda repetição completa do movimento, sendo considerada esta a Carga Máxima. Caso o avaliado consegui-se executar duas repetições completas, a carga era aumentada, aguardando cinco minutos entre uma série e outra para a completa recuperação do grupo muscular envolvido.

  3. Protocolo de Carga Crescente: o protocolo foi realizado 2 dias após o teste de 1 RM, seguindo a seguinte padronização: O fracionamento das cargas foi feito da seguinte maneira: 10, 20, 25, 30, 35, 40, 50, 60, 70, 80, 90% da carga máxima (1 RM). O fracionamento foi determinado dessa forma, por ser verificado em estudos piloto, que o limiar de lactato em protocolo de 20 repetições em 1 minuto, com uma repetição a cada 3 segundos e pausa de 2 minutos entre cada estágio, ocorre por volta de 28 a 35% de 1 RM. O ciclo de cada repetição foi de três segundos, controlados através de sinal sonoro. Cada estágio teve a duração de um minuto, completando vinte repetições, com intervalo de 2 minutos para coleta de sangue do lóbulo da orelha e ajuste da carga.

    O teste era finalizado por incapacidade de realizar o movimento dentro da mecânica correta do exercício, pela incapacidade de realizar o número de repetições completas no tempo referido para o estágio ou ainda por vontade do avaliado, apesar do estímulo do avaliador.

  4. Coleta e análise sanguínea: As coletas sanguíneas foram realizadas por punção com lanceta descartável, no lóbulo da orelha, que sofreram assepsia local prévia com álcool, usando-se luvas descartáveis. Foram utilizados capilares heparinizados calibrados para 25 l (micro-litros) de sangue arterializados, e armazenados em tubos Eppendorff com 50 l de fluoreto de sódio (NaF) a 1%. Para cada amostra coletada, foi realizado uma assepsia local para evitar contaminação do sangue pelo suor ou outro material que inutilize as amostras sanguíneas. Todas as amostras foram armazenadas em freezer para conservação adequada e posterior análise.

    A lactacidemia foi determinada por um analisador de lactato eletro-enzimatico, YSI 1500 SPORT (Yellow Springs Inc.- USA). Os valores foram expressos em mmol/l.

  5. Determinação do Limiar de Lactato: Ponto de inflexão da curva da lactacidemia em função da intensidade percentual da 1RM (WASSERMAN,1986), através da inspeção visual das curvas.

    Os resultados da estatística descritiva foram expressos em termos da média e do desvio padrão (DP) das amostras. O teste t de Student para variáveis dependentes foi utilizado para verificar a existência de diferenças estatística na % de 1RM no limiar de lactato para as duas técnicas utilizadas em sua determinação (THOMAS & NELSON, 2002). Em todos os casos, o nível de significância aceito foi de p<0,05>


3.1. Seleção dos exercícios

  1. Rosca Direta: Exercício de característica monoarticular (flexão do cotovelo), envolve a ação coordenada do bíceps braquial e braquial. Envolve pequena massa muscular.

    O exercício deverá ser realizado com o individuo na posição de pé, semi-flexão do joelho e costas apoiadas. A barra deverá estar abaixo da linha do quadril, com os cotovelos totalmente estendidos. Durante a realização do movimento, o voluntário deverá realizar flexão completa do cotovelo através da ação concêntrica do bíceps, sem retirar as costas do apoio e, em seguida, retornar à posição inicial através da contração excêntrica do mesmo (DELAVIER, 2000).

  2. Mesa Flexora: Deitado em decúbito ventral no aparelho, mãos sobre os pegadores, pernas totalmente estendidas e tornozelos sob os apoios. Realizar flexão simultânea dos joelhos através de contração concêntrica dos músculos posteriores da coxa, até próximo às nádegas e, em seguida, retornar à posição inicial através da contração excêntrica do mesmo (DELAVIER, 2000).


4. Resultados

A Tabela 1 fornece a análise descritiva dos resultados em termos absolutos (Kg) e relativos (%) à carga máxima (1 RM). Não foram encontradas diferenças significativas (p < 0,05), quer para valores absolutos como relativos à 1 RM.

Tabela 1: Análise descritiva dos resultados em termos absolutos (Kg) e relativos (%) à carga máxima (1 RM).


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Para receber o texto completo envie um e-mail para aletroyma@hotmail.com

Gráfico 1: Determinação do Limiar de Lactato no exercício Rosca Bíceps

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Gráfico 2: Determinação do Limiar de Lactato no exercício Mesa Flexora

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5. Discussão

A análise dos resultados e do gráfico 1, nos permite concluir que, o comportamento da cinética do lactato em exercício resistido crescente, é semelhante à cinética em exercícios dinâmicos cíclicos crescentes (nadar, correr...), permitindo a clara e objetiva verificação do limiar de lactato por intensidade de esforço, através de um crescimento exponencial do lactato , de acordo com o proposto por WASSERMAN (1986) e, encontrado por AGOSTINI (2000), OLIVEIRA (2002).

O limiar de Lactato foi encontrado em torno de 28% da carga máxima, independente do exercício e da massa muscular total utilizado, corroborando com valores encontrados por AGOSTINI (2000) e OLIVEIRA (2002), em protocolo de avaliação semelhante. VILLIGER et al.(1995), cita que durante ação muscular resistida dinâmica, o predomínio do metabolismo aeróbio é somente até cargas de aproximadamente 30% de 1 RM. A ocorrência do limiar de lactato na intensidade de 30% de 1 RM, seria devido ao colabamento dos vasos sanguíneos, em decorrência do aumento da pressão intramuscular ser maior que a do capilar neste momento (PETROFSKY,1984).


6. Conclusão e perspectivas de aplicação

Em conclusão, foi constatado que:

  1. Durante a realização do teste crescente em exercício resistido, este apresentou características semelhantes ao teste crescente dinâmico cíclico, quando comparada à cinética do lactato.

  2. Embora os tamanhos dos grupamentos musculares fossem diferentes, o comportamento lactacidemico foi semelhante.

  3. O limiar de Lactato em valores relativos encontra-se a aproximadamente 28% de 1 RM, para os exercícios Rosca Bíceps e Mesa Flexora.

Estes resultados abrem uma perspectiva diferente para quem quer melhorar o condicionamento aeróbio ou a resistência muscular, sendo parâmetro mais preciso para a correta prescrição do treinamento, tanto para as chamadas populações especiais, tais como, idosos, gestantes, hipertensos, como para atletas e indivíduos em busca de uma melhor qualidade de vida.


Referências bibliográficas


 

Monografia

1. Introdução

O futebol é a modalidade esportiva mais popular no mundo, sendo praticada por homens e mulheres, crianças, jovens e adultos, com diferentes níveis de experiência (Stolen et al, 2005). Por sua vez, o futebol apresenta grande dificuldade para sua caracterização com relação ao esforço físico requerido, devido ao futebol apresentar características particulares de movimentação.

O futebol é uma modalidade esportiva intermitente, com constantes mudanças de intensidade, duração e atividades. A imprevisibilidade dos acontecimentos e ações durante uma partida exige que o atleta esteja preparado para reagir aos mais diferentes estímulos, de forma eficiente (BARBANTI, 1996). Reilly (1997) afirma que grande parte das atividades relacionadas ao futebol competitivo é de intensidade submáxima.

A principal via metabólica para biossíntese da Mg+2ATP durante a partida futebol competitivo é a aeróbica, sendo que a maioria das atividades é composta de movimentos sem a posse de bola (REILLY, et al. 2000).

O futebol compreende vários tipos de deslocamentos, sendo que a caminhada e a corrida de baixa intensidade (trote) são predominantes. É pré-requisito para o atleta de futebol uma boa capacidade aeróbica para que possam se movimentar durante os 90 minutos de jogo, com períodos de movimentos de alta intensidade, como acelerações em curtas distâncias, e conseguir uma rápida recuperação entre os esforços realizados durante a partida e no treinamento (YAMANAKA, 1988, TOGARI, et al.,1972 citado por PERES, 1996).

Segundo Martin (2002), O futebol é um jogo no qual as demandas fisiológicas são multifatoriais, variando durante a partida.

Ainda de acordo com Martin (2002) o futebol é caracterizado como atividade de alta intensidade com característica intermitente. Sua relação de esforço:pausa varia de acordo com a característica individual do jogador, sendo o mais importante a posição do jogador em campo, já que o jogador corre aproximadamente 10 km por partida (Stolen et al, 2005), sendo que entre 8 - 18% é na maior velocidade individual.

Apesar da vasta literatura a respeito das características fisiológicas de desportistas de diferentes modalidades, poucos trabalhos analisaram a influência de diferentes funções táticas sobre características fisiológicas de futebolistas, principalmente em jovens futebolistas.

Assim sendo, tornam-se necessárias pesquisas que caracterizem o perfil fisiológico de atletas de futebol de acordo com a idade, posição e função desempenhada em campo.

2. Objetivos

O objetivo do Trabalho de Conclusão de Curso é comparar as variáveis ventilatórias VO2máx, Limiares Ventilatórios 1 e 2 em jogadores juvenis de futebol nas diferentes posições e funções desempenhadas em campo.

3. REVISÃO DE LITERATURA

3.1. Metabolismo Energético

Como sabemos os seres humanos tem necessidade de obter energia para que seu corpo tenha combustível suficiente para se movimentar e realizar tarefas de seu dia a dia. Essa energia é adquirida dos alimentos, ou seja, temos que comer para suprir nossas necessidades alimentares. Portanto, nós dependemos dos alimentos para que possamos produzir e armazenar energia, sendo necessária para que tenhamos a possibilidade de realizar certos processos biológicos, tais como, trabalho químico do crescimento e trabalho mecânico da contração muscular.

No corpo humano, a energia alimentar é utilizada para produzir adenosina trifosfato, ou Mg+2ATP (composto químico) que, quando desintegrado, fornece energia para a contração muscular e outros processos biológicos.

A produção da Mg+2ATP implica metabolismos (reações químicas) tanto anaeróbicos (sem oxigênio) quanto aeróbico (com oxigênio). Existem 2 tipos de sistemas anaeróbicos e 1 tipo de sistema aeróbico abaixo relacionados:

a) Sistema Anaeróbico Alático ou Sistema de fosfagênios – Compostos químicos (ATP +CP) que são armazenados dentro dos mecanismos contráteis do músculo, constituem a fonte regeneradora da Mg+2ATP mais rapidamente disponível para ser utilizada pelo músculo. Esse sistema energético é o principal daqueles usados para a produção da Mg+2ATP durante o exercício de alta intensidade (Ex.: pique de 100 metros e sprints de 30 metros no futebol) e curta duração (pico de 1 a 10 segundos), e sua recuperação é de 80% em aproximadamente 1 minuto.

b) Sistema Anaeróbico Lático - Libera energia para a síntese da Mg+2ATP por meio da desintegração parcial dos carboidratos (glicogênio e glicose) para piruvato. A glicólise anaeróbica constitui também um dos principais regeneradores da Mg+2ATP durante as atividades de alta intensidade (Ex.: corridas de 400 e 800 metros) e curta duração (pico máximo de fornecimento energético de 30 a 40 segundos). Podemos dizer que é uma fonte rápida de obtenção de energia, tem potência intermediária e capacidade intermediária. Após o exercício intenso podemos dizer que 95% do lactato é removido do sangue em 1 hora e 15 minutos (FOSS & Keteyian, 2000).

c) Sistema Oxidativo – Utiliza oxigênio para produção da Mg+2ATP por meio da transformação principalmente de carboidratos e gorduras e, às vezes, das proteínas para dióxido de carbono e água. Esse Sistema é usado durante o repouso e predomina durante os exercícios de baixa intensidade e longa duração. Essas atividades recebem a denominação de exercícios aeróbicos. Podemos dizer que esse Sistema tem a fonte mais lenta de obtenção de energia, menor potência, maior capacidade, e utilização de O2.

3.2. Consumo Máximo de Oxigênio (VO2 máx)

O Consumo Máximo de Oxigênio (VO2máx.) pode ser definido como o maior volume de oxigênio por unidade de tempo que um individuo consegue captar, transportar e metabolizar para a biossíntese de ATP durante exercício máximo (Wilmore & Costill, 2001).

Determinações diretas do VO2máx. realizadas em teste máximo são um importante indicador do limite superior de tolerância máxima ao exercício aeróbico. Com o incremento da intensidade do esforço existe um aumento linear no VO2. Eventualmente, a uma dada intensidade, a capacidade máxima de transporte de O2 para os músculos ativos é atingida e o VO2 entra num plateau, ainda que por pouco tempo, apesar de continuar a existir um incremento da carga. O valor de VO2 obtido nesse plateau é considerado o VO2máx (Santos e Soares, 2001).

Para a determinação laboratorial do VO2max, geralmente, utilizam-se provas ergométricas máximas, e a determinação faz-se de forma direta. O VO2max pode ser expresso de uma forma absoluta em litros por minuto (L/min) ou relativo à massa corporal por minuto (mL.kg-1min-1) (Santos e Soares, 2001).

Este parâmetro fisiológico tem sido utilizado como o modelo padrão na avaliação da aptidão cardiorrespiratória (Denadai, 2000; 2, Garrett & Kirkendall, 2003), indicador da capacidade de endurance e parâmetro para prescrição de treinamento, com seus valores podendo ser modificado pelo treinamento (Ribeiro, 1995).

Segundo Green et al. (1987), indivíduos sedentários e ativos obtiveram melhoras de performance aeróbia e de indicies fisiológicos que predizem esta performance, após treinamento aeróbio realizado em intensidades submáximas. Já em indivíduos altamente treinados, um aumento no volume de treinamento aeróbio submáximo não modificou a performance aeróbia e nem suas variáveis fisiológicas associadas (Lake et al., 1996). A não mudança destes índices e variáveis parece ser devido a uma limitação central da oferta de O2, que, segundo Denadai (2000), é influenciada pelo débito cardíaco e pelo conteúdo arterial de O2, podendo ser expresso como: Oferta central de O2 = CaO2 x FC x VS. Outro fator limitante/determinante do VO2max é a capilarização.

3.3. Limiares Ventilatórios

A aplicação do limiar ventilatório se faz importante em casos clínicos, assim como para determinação da intensidade de treinamento, avaliação do condicionamento físico do atleta, predição de performance, dentre outros.

Existem discussões a respeito da melhor metodologia a ser aplicada para determinação do limiar ventilatório anaeróbico através de parâmetros respiratórios e metabólicos.

Alguns autores, segundo Azevedo 2005, sugerem que possa haver dois tipos de limiares ventilatórios, o limiar ventilatório 1 e o limiar ventilatório 2.

O limiar ventilatório 1 ( LV1) pode ser identificado pela quebra da linearidade da ventilação, aumento da VE/VCO2 e FeO2 (Marquezi & Lancha, 1997).

Com a intensidade de esforço acima do LV1, ocorre aumento da acidose metabólica e do VCO2, acarretando queda do pH e conseqüentemente aumento do VE/VCO2 e queda da FeCO2, que são parâmetros respiratórios que demonstram fisiologicamente o segundo limiar ventilatório (LV2), que é conhecido por alguns autores como ponto de compensação respiratória (PCR) (DENADAI, 1995), ou seja, a acidose metabólica pode ser compensada até esta intensidade através da hiperventilação.

Para melhor identificação dos limiares ventilatórios, Serra (1997) recomenda protocolos em rampa, que são caracterizados por incrementos de carga em reduzido intervalo de tempo. Estes limites de tempo seriam adequados por não permitirem que o teste seja interrompido por acidose ou esgotamento das reservas de glicogênio.

3.4. Demanda Fisiológica no Futebol

Em função do jogo de futebol ter natureza intermitente, alguns estudos que analisaram a distância percorrida como de bastante importância para determinação dos gastos energéticos dos jogadores , observaram que em média 60% do tempo total do jogo era representado por caminhadas e posição estática. Em torno de 30 a 35% era representado por trotes e o restante do tempo total era dividido em piques máximos (0,5 a 2%) e piques (8%) (Stolen et al., 2005). Os jogadores de meio-campo são os que percorrem maior distância em campo (Mohr et al., 2003). Durante o segundo tempo da partida de futebol, os jogadores percorrem menor distancia e numa menor intensidade quando comparado ao primeiro tempo de jogo, sendo a distancia percorrida 5 a 10% menor (Mohr et al., 2003; Rienzi et al., 2000).

Analisando o tempo total de jogo , notamos que o metabolismo predominante na partida de futebol é o metabolismo oxidativo, importante para a manutenção da atividade por longos períodos e recuperação entre esforços de alta intensidade realizados durante a partida. De acordo com Stolen et al. (2005), assumindo uma relação linear entre freqüência cardíaca (FC) e VO2, pode-se estimar com boa precisão que o metabolismo oxidativo é predominante na partida de futebol, citando que a média da FC durante uma partida se encontra por volta de 85% do máximo, o que corresponde a 75% do VO2max de jogadores de futebol. Exemplo: Isto corresponde a uma média de VO2 de 45 mL/kg/min para um jogador com VO2max de 60 mL/kg/min, refletindo o gasto energético do futebol moderno. Para um jogador de 75 kg isto corresponde a 1519 kcal despendida durante uma partida (assumindo que o consumo de 1 L de O2/min. corresponde a 5 kcal) (Stolen et al., 2005). Porém, para sujeitos com o mesmo valor de VO2max, pode-se encontrar diferenças de VO2 em intensidades submáximas (economia de corrida), sendo sugerido que esta diferença possa ser devido a parâmetros neuromusculares, habilidade de extração de O2, habilidade motora, componente muscular elástico, diferenças anatômicas e biomecânicas. Este fator denota a importância de individualizar os parâmetros fisiológicos de avaliação, e o Limiar Anaeróbico cumpre bem esta função.

Apesar de haver discrepância em estudos entre Whitehead (1975 – sobre jogadores ingleses), Whinters et al. (1982 – liga Australiana) e Reilly & Thomas (1976 – 1ª Divisão do Futebol Inglês) sobre o assunto supra, conforme citado por Aoki (2002), pode-se concluir que:

- Os meios campistas são os que percorrem maior porcentagem da distância total na forma de trote;

- Entre todos os jogadores, os atacantes são os que percorrem maior distância na forma de Sprint (10%);

- Os jogadores de defesa são os que mais realizam deslocamentos laterais e de costas;

- E por fim, de longe, a maior proporção de movimentos em todas as posições são aquelas realizadas em velocidades baixas.

3.5. Potência Aeróbica Máxima (VO2max) no Futebol

Analisando os diversos estudos disponíveis na literatura, verifica-se que o padrão de VO2max (Consumo Máximo de Oxigênio) em jogadores de futebol de alto nível é aproximadamente 55-75 mL/kg/min (Stolen et al., 2005).

Segundo dados coletados na 1ª Divisão Portuguesa em 1993, o VO2max em jogadores foi na média de 60 mL/kg/min, valendo observar que são apenas 10 mL/kg/min a mais que a média da população e 10 mL/kg/min a menos que atletas de endurance (Astrand & Rodahl, 1986). Podemos então concluir através dessa pesquisa que os jogadores de futebol tem boa , porém não excelente, condição aeróbica. Outros autores acreditam que 65 mL/kg/min é o valor mínimo de VO2max para jogadores de elite.

Em estudos realizados com jogadores jovens, mesmo publico estudado neste trabalho, foi encontrado menor valor de VO2max (< style="text-transform: uppercase;">Helgerud et al., 2001). Stroyer et al. (2004) observaram altos valores de VO2max em meio-campistas e atacantes quando comparados a defensores (65 vs 58 mL/kg/min, respectivamente), em jogadores de 14 anos de idade.

A capacidade anaeróbica é uma variável bem mais difícil de ser avaliada, segundo a literatura. Isso se torna plausível pois nos jogadores de futebol, que praticam um esporte que se utiliza de movimentos de alta intensidade e curta duração, tais como piques, saltos, chutes, etc..., podemos sugerir que um importante sistema energético que contribui para formação de energia para esses movimentos é a Creatina Fosfato.

Segundo Aoki (2002), através de coletas de amostras sangüíneas retiradas de jogadores durante e no final da partida, estes apresentaram concentrações de lactato acima de 10mM (Bangsbo, 1994-a). Com isso ocorre a utilização dos sistemas anaeróbicos como fonte de energia.

Já as fibras musculares, considerando a demanda do jogo, não há um tipo de fibra predominante nos jogadores de futebol. A disputa do jogo exige tanto capacidade de endurance como velocidade. Segundo Garrett & Kirkendall, um estudo revelou que as fibras de contração rápida correspondem a 45 a 60% (30, 31) do total.

Através do exposto acima se confirma a intermitência do jogo de futebol, pelos seus movimentos, no qual o mesmo utiliza-se de todos os tipos de Sistemas Energéticos, com predominância do Sistema Oxidativo, tornando-se essencial a análise do limiar ventilatório e do VO2max para avaliar atletas de futebol, uma vez que saberemos em que fase o atleta está e se sua condição física pode ser melhorado com o treinamento, e se houve mudanças nos parâmetros avaliados após um período de treinamento e competição.

3.6. Perfil Fisiológico de Atletas de Futebol

Os atletas de futebol quando comparados com a população não atleta apresentam um perfil fisiológico acima da normalidade, mas quando comparados a atletas de outros esportes estão dentro da média. Através da literatura encontrada percebe-se que não existe uma característica-padrão como em outros esportes. A agilidade é considerada excepcional, porém a falta de comparação com outros esportes nos leva a tratar os dados com cautela. Pode-se destacar que o jogo é acessível a todos, sem discriminação contra pessoas comuns.

4. Metodologia

Foram voluntários atletas de futebol da categoria juvenil do Clube Atlético Paulistinha de São Carlos.

A amostra foi composta por 30 atletas do sexo masculino com idade entre 15 e 17 anos (15,93 ± 0,73), altura de 174 ± 6,94 cm e peso de 66,60 ± 7,49 kg, atletas de futebol categorias juvenil em término de competição esportiva (Campeonato Paulista da categoria).

Os sujeitos realizaram teste do tipo rampa em esteira ergométrica, com monitoramento on-line dos gases inspirados, com média de 30 segundos. O teste teve início com velocidade inicial de 7 Km/h e 1% de inclinação, com incrementos de 0,5 Km/h a cada 30 segundos. Os incrementos de velocidade foram suficientes para a duração do teste até a exaustão no período entre 8 e 14 minutos (MacDougall et al., 1991). Caso o atleta atingisse a velocidade máxima da esteira (16 km/h), era feito um acréscimo de 1% na inclinação a cada 30 segundos, até a exaustão voluntária do sujeito.

Utilizou-se um analisador de gases modelo Aerograph VO2000 - Medical Graphics Corporation 50 Oak Grove Parkway, St. Paul, MN 55127- U.S.A., coletando os dados com média de 30 segundos para o teste incremental, para medida direta do consumo de oxigênio (VO2) e dos demais parâmetros ventilatórios. O indivíduo utilizou uma máscara limitando a respiração apenas pela boca. Os dados foram processados pelo software Aerograph.

A Diretoria do Clube Atlético Paulistinha e os participantes desta investigação foram informados dos possíveis riscos e benefícios intrínsecos ao exercício proposto neste estudo, no qual o Diretor de Futebol, Sr. Marcos José Luiz, assinou o Termo de Consentimento Livre e Esclarecimento (anexo I), uma vez que os atletas testados eram menores de idade.

4.1. Protocolo Experimental

Cada voluntário participou de 1 sessão experimental, realizada em um único dia, sendo orientados a comparecerem ao teste descansados, alimentados e hidratados.

Os testes de corrida foram realizados em esteira rolante motorizada (G-635, Pro Action BH Fitness – Explorer G. 635 - Alemanha) mantida com inclinação de 1%, e caso o atleta conseguisse prosseguir o teste além da velocidade máxima da esteira de 16 km/h, foi acrescido 1% de inclinação a cada 30 segundos até a exaustão voluntária do sujeito. As variáveis respiratórias foram medidas usando um analisador de gases (modelo Aerograph VO2000 - Medical Graphics Corporation 50 Oak Grove Parkway, St. Paul, MN 55127- U.S.A.), coletando os dados com média de 30 segundos para o teste incremental. Os dados foram processados pelo software Aerograph.

4.2. Determinação do VO2max, Limiar Ventilatório 1 e Limiar Ventilatório 2

Todos os voluntários foram avaliados de acordo com o seguinte procedimento experimental para a determinação do VO2max. e Limiares Ventilatórios 1 e 2 em esteira rolante, a saber: a) aquecimento músculo-articular foi realizado antes do inicio do teste; b) a porcentagem de inclinação durante todos os estágios permaneceu em 1%. Caso o avaliado superasse a velocidade máxima da esteira e conseguisse prosseguir de maneira satisfatória o teste, foi realizado incremento de 1% na inclinação a cada 30 segundos; c) a velocidade inicial foi de 7 Km/h , com aumento de velocidade da ordem de 0,5 Km/h, a cada trinta (30) segundos; d) o final do teste foi determinado pela exaustão voluntária do sujeito. Os incrementos de velocidade foram suficientes para a duração do teste até a exaustão no período entre 8 e 14 minutos (MacDougall et al., 1991).

O analisador de gases foi calibrado previamente a cada teste através da auto-calibração disponível no próprio aparelho.

Durante os testes foram registrados os seguintes parâmetros: consumo de oxigênio (VO2), produção de dióxido de carbono (VCO2), ventilação (VE), equivalente respiratório de O2 (VE/VO2), equivalente respiratório de CO2 (VE/VCO2), fração expirada de O2 (%FeO2), fração expirada de CO2 (%FeO2), quociente respiratório (VCO2/VO2), tempo, velocidade e inclinação. O Mais alto VO2 obtido durante os estágios foi considerado como o VO2max.

4.3. Limiar Ventilatório 1

Foi determinado através da primeira quebra na linearidade da curva de ventilação, aumento no equivalente respiratório de O2 sem concomitante aumento do equivalente respiratório de CO2, aumento na curva da %FeO2 (AZEVEDO, 2005).

4.4. Limiar Ventilatório 2

Foi determinado através da segunda quebra na linearidade da curva de ventilação, aumento no equivalente respiratório de CO2, queda na curva da %FeCO2, de acordo com Azevedo (2005).

4.5. Estatística

Inicialmente foi feita uma analise descritiva dos dados, com a média, mediana, erro e desvio padrão. Posteriormente foi aplicada ANOVA one-way para comparação dos dados ventilatórios entre os diferentes grupos, com nível de significância de 95% (p<0,05). style="text-transform: uppercase;">Thomas e Nelson, 2000) Para todas as analises foi utilizado programa estatístico STATISTICA para windows.

5. Resultados

As características dos valores de VO2max em função da posição em campo dos atletas são apresentadas na Tabela 1.

Tabela 1: Média, erro padrão, nível de confiança e mediana por posição do VO2max.

VO2max (mL/kg/min)

Goleiros

Zagueiro

Meio campo

Atacante

Lateral

Todos

Média

50,7

55,5

54,1

53,3

56,0

54,2

Erro padrão

2,06

2,54

1,45

2,76

1,78

0,98

Nível de confiança (95%)

8,842

10,930

3,337

6,533

4,209

2,004

Mediana

51

55,5

55,3

51,75

56,45

54,1

Gráfico 1: Média, erro e desvio padrão do VO2max por posição.

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Gráfico 2: Média, erro e desvio padrão do VO2 encontrado no LV1 em diferentes posições

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Gráfico 3: Média, erro e desvio padrão do VO2 encontrado no LV2 em diferentes posições

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Tabela 2: ANOVA para comparação do VO2max por posição.

Fonte

Soma dos quadrados tipo III

gl

Média dos quadrados

F

p

Eta quadrado parcial

Poder Observado (a)

Modelo corrigido

75,852 (b)

4

18,963

0,601

0,665

0,085

0,173

Intercepto

70702,965

1

70702,965

2242,469

0,000

0,989

1,000

Posição

75,852

4

18,963

0,601

0,665

0,085

0,173

Erro

819,756

26

31,529

Total

91897,420

31

Total corrigido

895,608

30

(a) alfa = 0,05

(b) R2 = 0,085 (R2 ajustado = -0,056)

R2 é a capacidade de predição do modelo desenvolvido de predizer a associação entre as variáveis, ou seja, é a parte da ANOVA que pode afirmar quanto a variância explica a semelhança entre as posições.

A Tabela 3 mostra que as diferenças entre as posições não são significativas pois o valor de p é próximo de 1. Este resultado confirma a ANOVA ao aceitar a hipótese nula. Conseqüentemente, pode-se afirmar que foi formado apenas um grupo homogêneo.

Tabela 3: Teste de acompanhamento para verificar a diferença entre as posições segundo o VO2max.

(I) Posição

(J) Posição

Diferença entre Médias (I-J)

Erro padrão

p

Limite de confiança

Limite inferior

Limite superior

Goleiro

zagueiro

-4,80

4,58

0,83

-18,23

8,63

meio campo

-3,36

3,74

0,90

-14,32

7,61

atacante

-2,58

3,80

0,96

-13,71

8,56

lateral

-5,34

3,80

0,63

-16,47

5,79

Zagueiro

goleiro

4,80

4,58

0,83

-8,63

18,23

meio campo

1,44

3,74

1,00

-9,52

12,41

atacante

2,23

3,80

0,98

-8,91

13,36

lateral

-0,54

3,80

1,00

-11,67

10,59

Meio campo

goleiro

3,36

3,74

0,90

-7,61

14,32

zagueiro

-1,44

3,74

1,00

-12,41

9,52

atacante

0,78

2,73

1,00

-7,21

8,77

lateral

-1,98

2,73

0,95

-9,97

6,01

Atacante

goleiro

2,58

3,80

0,96

-8,56

13,71

zagueiro

-2,23

3,80

0,98

-13,36

8,91

meio campo

-0,78

2,73

1,00

-8,77

7,21

lateral

-2,76

2,81

0,86

-10,98

5,46

Lateral

goleiro

5,34

3,80

0,63

-5,79

16,47

zagueiro

0,54

3,80

1,00

-10,59

11,67

meio campo

1,98

2,73

0,95

-6,01

9,97

Atacante

2,76

2,81

0,86

-5,46

10,98

Tabela 4: Teste de Tukey para avaliar a homogeneidade de grupos.

Posição

N

Subgrupo

grupos

1

goleiro

3

50,70

atacante

8

53,28

meio campo

9

54,06

zagueiro

3

55,50

lateral

8

56,04

p

0,58

Tabela 5: Média e desvio padrão da intensidade associada ao VO2max (IVO2max), LV1 e LV2; Inclinação em % e Porcentagem do VO2max encontrado no LV1 e LV2.

IVO2max

LV1

LV2

Velocidade (km.h-1)

15,87 ± 0,28

12,75 ± 1,21

14,79 ± 0,9

Inclinação em %

2,7 ± 1,74

1

1,22 ± 0,65

Porcentagem do VO2max

100%

79,58 ± 6,94%

91,03 ± 3,66%

6. Discussão

Podemos afirmar que ao analisarmos os testes de VO2max de atletas de qualquer idade, conseguiremos saber em que patamar está seu condicionamento cardiorrespiratório. Se o regime de treinamento aeróbico estabelecido aos adultos, for também aplicado à adolescentes, estes também são treináveis, e com isso há uma melhora da potência aeróbica. Essa melhora na potência aeróbica acontece com ênfase a partir dos 12 e 13 anos e da puberdade, independentemente da prática sistemática de algum esporte especifico, sugerindo assim uma interação do efeito treinamento- maturação (ATOMI et al. 1986).

Tem que haver cuidados ao prescrever treinamentos para adolescentes, pois temos que respeitar seus limites corporais, uma vez que estão em fase de crescimento e desenvolvimento do aparelho motor. Mas isso não impede que adolescentes possam fazer atividades fortes, desde que acompanhadas por exames ortopédicos gerais para detecção de anomalias do aparelho motor, insuficiência cardiovasculares, fatores de risco em um treinamento de tal tipo (Weineck, 1999). Todos esses cuidados ajudarão no desenvolvimento do treinamento, pois evitarão futuras possíveis lesões devido às características corporais expressas nessa idade.

Nos atletas avaliados neste estudo, foi observado que os mesmos apresentam o VO2max acima da média da população em geral, pois são treinados para disputas de campeonatos. Como o trabalho visou a comparação das variáveis ventilatórias por posição de jogo no futebol, observamos que os atletas fizeram o mesmo treinamento físico, sem especificidade por posição.

Foram apenas realizadas avaliações agudas de parâmetros ventilatórios nestes atletas, que não tiveram treinamentos físicos acompanhados por nós, apenas foram feitos testes conforme acordo com o Diretor de futebol do CAP em término de campeonato, para verificarmos qual nível estava a capacidade e potencia aeróbica dos mesmos. Após os testes de VO2max efetuados no Laboratório de Fisiologia do Exercício da UFSCar e pelas Tabelas 2, 3 e 4, foi verificado que não havia diferença significativa nas analises por posição, uma vez que atletas que supostamente deveriam ter o VO2max mais elevado, tinham na verdade capacidade menor que as posições de menor exigências físicas envolvidas nas características técnicas do jogo de futebol. Após essa verificação fomos questionar os responsáveis pela parte física do CAP, que nos informaram que os atletas realmente fazem treinamento físico sem especificidade por posição.

Balikian et al. (2002) concluíram que os jogadores de futebol de campo de posições diferentes apresentaram níveis também diferentes de condicionamento físico, possivelmente devido a sobrecargas metabólicas diversas impostas durante partidas e treinamentos coletivos. Está afirmação não é plausível, dado que os atletas avaliados nesse trabalho também são submetidos às mesmas demandas e sobrecargas metabólicas e não apresentaram diferença significativa na capacidade e potencia aeróbica nas diferentes posições.

Em 1997, Silva et al. submeteram futebolistas a teste máximo em esteira rolante, utilizando o protocolo de Ellestad, no qual os mesmos foram avaliados antes e depois de quinze semanas de um programa de treinamento físico específico (TFE), durante período competitivo, analisando possíveis adaptações fisiológicas decorrentes do TFE por posição. A resposta de freqüência cardíaca (FC) foi registrada por meio de um eletrocardiógrafo de 3 derivações simultâneas e a pressão arterial (PA), por meio de método auscultatório. A ventilação pulmonar (VE), o consumo de oxigênio (VO2), a produção de dióxido de carbono (VCO2) e a razão de troca respiratória (RER) foram calculados a partir de valores medidos por um sistema espirométrico computadorizado (BECKMAN) e a capacidade anaeróbica máxima, por meio da concentração sanguínea de lactato, utilizando-se analisador automático. O TFE não modificou significativamente a FC máxima (192 ± 8 versus 186 ± 6 bpm) e a PA sistólica máxima (196 ± 10 versus 198 ± 8 mmHg). A resposta ventilatória máxima foi significativamente aumentada (129 ± 19 versus 140 ± 16 L .min-1 [p< style="">vs 53,0 ± 5,0 mL.kg.-1min-1) por esse treinamento. Contudo, a capacidade anaeróbica máxima aumentou significativamente (8,3 ± 0,2 versus 9,8 ± 2,4 mM [p<>2max encontrados em jogadores profissionais neste estudo não diferem dos encontrados no nosso trabalho, ressaltando que os atletas aqui avaliados são jovens de 15 a 17 anos, que estão iniciando a especialização desportiva.

Santos & Soares, em 2001, analisaram possíveis diferenças na velocidade de limiar anaeróbico determinado através da concentração fixa de 4 mM. Os valores encontrados para velocidade de corrida, expressos em m.s-1, nas diferentes posições foram: Zagueiros: 3,66; Atacantes: 3,7; Laterais: 3,88; Meio-Campo: 3,89. Foram encontradas diferenças significativas para a velocidade de limiar anaeróbico (p<>2 encontrada nos limiares ventilatórios 1 e 2, não sendo observada diferença significativa entre as diferentes posições, ao contrario do observado por Santos & Soares (2001), em atletas profissionais da primeira divisão de Portugal.

Silva, et al. (1998) demonstraram a variabilidade dos limiares ventilatórios 1 e 2, na qual esta variabilidade pode ocorrer em diferentes percentagens do VO2pico com atletas de valor semelhante dessa variável. Portanto, o exercício realizado a uma determinada intensidade pode representar graus variados de acidose metabólica em atletas com níveis de aptidão diferentes. Isto demonstra que é mais importante uma elevada intensidade de corrida nos limiares ventilatórios do que um elevado valor de VO2max.

Os atletas avaliados neste estudo apresentaram o LV1 numa porcentagem média de 79,58 ± 6,94%. Já os valores percentuais do LV2 se apresentaram numa média de 91,03 ± 3,66%.

Outro aspecto que valoriza esse índice fisiológico em atletas é que eles se exercitam mais próximos do LV2 do que do LV1, assemelhando-se ao esforço realizado durante as competições.

Silva, et al. (1998) analisaram bailarinos do sexo masculino e femininos, todos foram submetidos a teste máximo em esteira rolante, utilizando-se o protocolo de Bruce. Foi utilizado, na análise das respostas respiratórias e metabólicas, um sistema computadorizado Metabolic Measurement Cart da Beckman. Os seguintes resultados foram obtidos entre o grupo de balé vs o grupo-controle (masculino): VO2max (46 ± 4vs 43 ± 6 mL. kg-1. min-1). FC máx.(194 ± 12 vs 202 ± 11 bpm); VE máx. (112 ± 16 vs 123 ±181.min-1); VO2-LA (35 ± 4 vs 26 ± 4 mL.kg-1.min-1 [p < style="">vs 163 ± 15 bpm). Grupo de balé vs grupo-controle (feminino): VO2max (39 ± 6 vs 35 ± 6 mL. kg-1.min-1); FC máx. (197 ± 10 vs 201 ± 6 bpm); VE máx. (72 ± 9 vs 81 ± 61.min-1); VO2 -LA (26 ± 4 vs 27 ± 4 mL.kg-1.min-1); FC-LA (164 ± 10 vs 176 ± 17 bpm). Conclusões: 1) a rotina específica de dança parece não gerar estímulo suficiente para aprimorar a aptidão cardiorrespiratória e metabólica dos bailarinos, e 2) sugere-se condicionamento físico adicional ao treinamento de balé. Nossos resultados nos permitem concluir, assim como a conclusão de numero 2 dos autores acima, que os esportes necessitam de treinamento físico especifico, e no caso do futebol, específico por posição.

7. Conclusão

Devido a categoria juvenil se tratar de adolescentes que estão começando o período de especialização no desporto, talvez este fator explique em parte as não diferenças dos parâmetros fisiológicos estudados nas diferentes posições. Outro fator que contribuiu de maneira decisiva para que não fosse encontrada diferença significativa na capacidade e potência aeróbica nas diferentes posições, foi o fato de o treinamento a que os atletas foram submetidos não terem sido programados de acordo com a posição e função desempenhada em campo. Apenas o treinamento coletivo e partidas de futebol não são suficientes para provocar adaptações fisiológicas especificas por posição e função desempenhada em campo.

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Anexo 1: Modelo do Termo de Livre Consentimento

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